Texto e fotos por Sara Manera
As feiras do nordeste brasileiro marcam o tempo nas cidades pequenas, determinam o ritmo da vida. O dia da feira nasce cedo, ainda de madrugada quando os comerciantes vêm arrumar suas barracas e aos poucos as pessoas vão chegando para comprar, bater papo, encontrar os conhecidos, saber das noticias da região.
Durante toda a manhã compradores e vendedores vêm recarregar as energias nas barracas de comida, que a partir de uma cozinha improvisada, oferecem os pratos típicos da região: galinha ao molho pardo, bode cozido, beiju de coco, mugunzá, sarapatel.
Para ganhar o pão de cada dia, o povo transforma a necessidade em criatividade e inventa maneiras de ganhar um dinheirinho. O menino que ajuda a levar as compras na casa do freguês, o velho cantador, o homem que vende pomadas e garrafadas capazes de curar qualquer doença. É o dia de comprar roupa nova, beber cachaça e abrir os horizontes.
A feira perdeu sua hegemonia comercial com a difusão dos supermercados. Os cavalos e jegues usados para o transporte foram substituídos pelos ônibus e mais recentemente pelas motos. A feira muda, mas não morre. Está sempre em movimento, dinâmica, em transformação.
Fotos da feira de Jaguarari (Ba)
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