segunda-feira, 3 de março de 2008

O rádio como arma

Nos conflitos o rádio é usado como arma estratégica

O rádio é importante durante tempos de paz, mas em tempos de guerra ele é fundamental para manter a comunicação dos grupos políticos com seus aliados e a população. Quando se declara um conflito uma das primeiras e mais importantes ações a serem tomadas é de destruir, fechar ou controlar os meios de comunicação, principalmente as rádios que abrangem um grande território e repassam informações instantaneamente, inclusive para fora das fronteiras geográficas de um estado.


Este controle visa a dificultar a ação inimiga. Foi assim durante a primeira e segunda guerra mundial, onde os envolvidos nos conflitos utilizaram o rádio para se comunicar com suas tropas, dando ordens e informações sobre as posições inimigas.

Guerra psicológica - Além deste tipo de ação o rádio foi e é muito usado na guerra psicológica, onde o que está em jogo não é conquistar terreno, mas as mentes e corações da população. Este tipo de ação foi e é usada em todas as guerras do século XX e início do XXI, como em Angola e Iraque.


A guerra psicológica costuma ser eficiente e crucial para a vitória ou derrota, pois conquistando ou coagindo a população ela pode atrapalhar/ajudar as tropas. Em seu livro Comunicação-mundo: história das idéias e das estratégias, o professor e comunicólogo belga Armand Mattelart afirma que minar a moral do adversário é tão importante quanto as operações de desinformação, produção de falsas notícias e disseminação de rumores sobre o potencial das forças armadas inimigas (Vozes, 1994).

Operar equipamentos de radiodifusão é relativamente simples, são facilmente carregados e montados, mais uma vantagem para este tipo de mídia em relação às outras. A importância estratégica do rádio é vital em qualquer sociedade em paz ou em guerra.


As rádios também são armas durante os conflitos, tanto nas “trincheiras” quanto na guerra psicológica, pois tem o poder de controlar e adulterar informação, fazer propaganda, mudar a opinião pública e convencer multidões. Todos os governos sabem do poder desta mídia, daí o grande controle que alguns governos têm sobre o rádio.


Por Sara Manera

Novas tecnologias, novas perspectivas

Tecnologia digital deve mudar maneira de produzir e ouvir rádio

A digitalização dos acervos radiofônicos e do material produzido pelas rádios já é uma realidade. Cada vez mais emissoras têm páginas na internet onde disponibilizam sua programação, além de conteúdo complementar sobre bandas, artistas, álbuns e notícias.

Segundo Emílio Prado, no seu livro Estrutura da Informação Radiofônica: Esse contexto provoca a reformulação do modo de fazer rádio hoje em dia. Não basta ter apresentadores, noticiaristas e programação musical. O surgimento das rádios na Web incita radialistas a pensarem de modo
abrangente, que inclua a versão na Internet, evitando que sejam passados para trás pelas demais. (Summus, 1989).

Com o advento do rádio digital, as emissoras que transmitem em AM se beneficiarão com uma melhoria na qualidade das transmissões. A qualidade sonora será como a das emissoras FM, que por sua vez, terão qualidade ainda melhor nas transmissões. Equipar uma rádio para a transmissão digital ainda é muito caro, o que presumidamente diminuiria o surgimento de rádios piratas. No entanto, as pequenas rádios e as comunitárias não teriam condições de se beneficiar desta tecnologia.
A radiodifusão digital mudará a maneira de ouvir e produzir rádio, já que este veículo se tornaria multimídia, possibilitando o acesso a outros tipos de informação e participando da convergência tecnológica, unindo vários serviços e formatos em um único aparelho, que pode ser o celular. A interatividade entre ouvinte e rádio seria maior e mais ampla e os conteúdos necessariamente teriam que ser repensados para esta nova forma de escutar.
Por Sara Manera

Foto: www.if.ufrgs.br

Rádio digital e na Internet


Uma nova maneira de fazer rádio

A partir do ano 2000, com a popularização da internet, o rádio tem sofrido uma profunda mudança. A possibilidade de ouvir notícias e músicas pela internet tem tirado o sono de muitos proprietários de rádios, mas também tem aberto o debate sobre o modo de fazer rádio daqui para frente. O rádio na web vai muito além de escutar uma lista de músicas divididas por gêneros musicais ou a transmissão da programação de uma rádio que já existe.

Quando surgiram os primeiros sites de jornais, eles transpunham literalmente o que havia nas suas edições de papel para o formato web, depois evoluíram e foram criando um formato de jornal específico para internet com conteúdo e diagramação diferenciados. É o que deve acontecer com a tecnologia do rádio digital, que daqui a alguns anos começará a se popularizar.

As rádios disponíveis na internet são, na maioria das vezes, páginas de rádios já existentes fora da rede. As rádios exclusivamente da web ainda são poucas, mas assim como as tradicionais estão se dando conta da importância de produzir material diferenciado para este modelo de rádio. As necessidades e características do ouvinte de rádio na web e no dial são diferentes.

Daí a importância de descobrir as características próprias de cada um e suas novas necessidades, ou seja, uma nova maneira de apresentar e acessar notícias, informação, música, entretenimento.

Por Sara Manera
Foto: www.radiolegal.org