Milhares de estrangeiros que vivem na África do Sul procuraram refúgio em delegacias de polícia e igrejas em meio a uma onda de ataques contra comunidades de imigrantes na cidade de Johanesburgo e arredores.
Segundo a polícia, pelo menos 20 pessoas morreram desde que a violência começou, há uma semana.
Segundo a polícia, pelo menos 20 pessoas morreram desde que a violência começou, há uma semana.
Dois mil procuraram refúgio em uma delegacia de polícia no centro da cidade.
Segundo relatos, houve mais ataques nesta segunda-feira, com barracos em assentamentos de imigrantes sendo incendiados.
O correspondente da BBC na África do Sul, Peter Biles, disse que a Cruz Vermelha sul-africana lançou um apelo por US$ 130 mil em doações para ajuda de emergência aos afetados pela violência.
Segundo o correspondente, a entidade disse estar preocupada com a possibilidade de que os ataques xenófobos se alastrem por outras áreas.
Sem controle
Policiais usaram gás lacrimogêneo e balas de borracha numa tentativa de impedir que gangues de jovens armados atacassem estrangeiros e destruíssem suas propriedades.
Algumas das vítimas foram queimadas e outras espancadas até a morte. Durante a noite de sexta-feira, mais de 50 pessoas foram levadas para hospitais com ferimentos de bala e faca.
Uma igreja onde cerca de mil imigrantes do Zimbábue procuravam refúgio foi atacada.
"Nós consideramos que a situação está tão grave que a polícia não tem mais controle sobre o que está acontecendo", disse o bispo da igreja atacada, Paul Veryn.
Muitos estrangeiros se dirigiram a delegacias de polícia, levando todos os pertences que podiam carregar, em busca de proteção.
Uma mulher oriunda do Zimbábue disse à BBC que preferia voltar para seu país a perder seus dois filhos para as gangues.
Problemas sociais
A onda de violência começou há cerca de uma semana no distrito de Alexandra. Imigrantes vindos de países vizinhos foram cercados por homens levando armas e barras de ferro e gritando "expulsem os estrangeiros".
Pessoas do Zimbábue, Moçambique e Malauí fugiram para bairros próximos.
Casas foram queimadas e lojas saqueadas, e a violência se espalhou para outras áreas da cidade.
Desde o fim do apartheid, o sistema de segregação racial que vigorava na África do Sul, milhões de imigrantes se dirigiram ao país em busca de trabalho e proteção.
Mas eles acabaram sendo considerados por muitos como responsáveis por alguns dos problemas sociais da África do Sul, como a alta taxa de desemprego, a falta de moradia e um dos níveis de criminalidade mais altos do mundo.
O presidente sul-africano Thabo Mbeki disse que vai organizar um painel de especialistas para investigar as causas da violência, enquanto o líder do partido governista, Jacob Zuma, condenou os ataques.
"Não podemos permitir que a África do Sul fique conhecida por xenofobia", disse ele.
BBC Brasil
19 de maio, 2008 - 11h49 GMT (08h49 Brasília)
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