domingo, 4 de maio de 2008

Navio chinês carregado de armas não descarregou em Moçambique

O presidente de Moçambique, Armando Guebuza, afirma que o país não recebeu qualquer pedido no sentido de permitir que o navio chinês com armamento destinado ao Zimbabué use um dos seus portos para fazer chegar a sua controversa carga ao destino.

O Chefe de Estado Moçambicano contudo não indica qual seria a posição do seu governo.
Alguma da imprensa local havia avançado que o navio já se encontraría alegadamente em águas moçambicanas.

As declarações de Armando Guebuza seguem-se a desmentidos aqui em Maputo com o mesmo teor do Ministério da Defesa moçambicano.

Na sua edição desta terça-feira, a publicação independente moçambicana Mediafax, indicava que o navio estaria somente à espera da autorização necessária para atracar.
Falando a propósito, o chefe de Estado Moçambicano, Armando Guebuza afirmou que “ainda não recebemos nenhum pedido para o navio a que se refere vir a Moçambique. Se recebermos um pedido vamos ver o que ele contém e vamos ter que responder mas temos que ter uma coisa concreta e não somente no abstracto”.

As afirmações de Armando Guebuza acontecem quando continua a ecoar por toda a região o apelo a um boicote ao navio chinês lançado por Levy Mwanawasa, o presidente zambiano actualmente à frente da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, SADC.

Diplomacia silenciosa
Mwanawasa é, lembre-se, apontado pelo líder da oposição zimbabweana Morgan Tsavangirai como a pessoa ideal para suceder ao chefe de estado sul africano Thabo Mbeki na mediação da crise no Zimbabwe.

Mbeki é criticado pela aparente ineficácia da sua chamada diplomacia silenciosa.
Contudo o presidente moçambicano, Armando Guebuza, assegura que Thabo Mbeki continua merecer a confiança da SADC como ficou demonstrado nos recentes encontros da organzição.
“Em sete dias, entre a reunião de Lusaka e a das Maurícias vimos que dava para reafirmar o nosso apoio e reiterar que o presidente Mbeki tem de continuar a trabalhar."

Segundo Guebuza "a SADC vai participar mais activamente nos processos eleitorais em curso, neste caso a contagem de votos e se o resultado indicar que haverá uma segunda volta, a SADC estará desde o primeiro ao último momento como observador.”
Portos angolanos

Entretanto, em Angola o Conselho de Coordenação dos Direitos Humanos (CCDH) tomou posição relativamente ao barco chinês carregado de armamento, na sequência de alegações de que o mesmo estaria a dirigir-se para um dos portos angolanos.

O secretário-executivo do CCDH, Alberto Tunga, disse que a sua organização entregou uma carta às autoridades angolanas, expondo as suas preocupações relativamente a este caso.

Segundo Alberto Tunga, num momento em que Angola se prepara para realziar eleições a prensença destas armas no país, poderá pôr em causa a credibilidade do processo.
Entretanto, a imprensa angolana citou representantes governamentais angolanas dizendo que nãos eria autorizada a entrada do barco nos portos angolanos.

Uma informação, citando uma fonte diplomática chinesa, indicava que a China estaria na disposição de fazer regressar o barco à procedência.

BBC para África
22 Abril, 2008 - Publicado em 18:48 GMT

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