terça-feira, 25 de setembro de 2007

Angola nos últimos lugares de "boa governação"

Um dos muitos edifícios por reconstruir em Angola
Angola encontra-se em 42º lugar no Índice Ibrahim de Governação Africana, dos 48 países subsarianos
Angola está nos últimos lugares de um novo índice, publicado em 25 de Setembro, a classificar os Governos da África subsariana de acordo com o seu desempenho nos últimos cinco anos.

Financiado pelo reputado multimilionário de telefones móveis, Mo Ibrahim, o Índice Ibrahim de Governação Africana é uma classificação dos 48 países da África subsariana de acordo com a qualidade da respectiva governação e avalia o progresso nacional em cinco áreas chave.

A saber: Protecção Pessoal e Segurança, Estado de Direito, Transparência e Corrupção, Participação e Direitos Humanos, Desenvolvimento Económico Sustentável e Desenvolvimento Humano.

Produzido pela prestigiosa Escola de Governo Kennedy, um departamento da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, o Índice deverá, segundo considera o editor da BBC para Assuntos Africanos, Martin Plaut, “provocar um aceso debate.”

‘Espantosos’

Escreve ele que “os resultados deste estudo são espantosos”.

Ruanda em 18º lugar?
Trabalhadores de café no Ruanda
Os africanos podem achar muitos resultados difíceis de compreender
Martin Plaut, editor da BBC para Assuntos Africanos

Embora não constitua uma surpresa que Estados insulares estáveis como as ilhas Maurícias e as Seicheles se achem no topo do Índice e a Somália, que não tem um Governo em pleno funcionamento desde a queda de Siad Barre em 1991, em último lugar, os africanos podem achar outros resultados difíceis de compreender.

Quantos, por exemplo, veriam o Ruanda (18º lugar) como o país que mais melhorou no continente entre 2000 e 2005? Organizações de direitos humanos retratam o Ruanda como um Estado em que a oposição é reprimida e os jornalistas são perseguidos e intimidados.

Isto, considera Plaut, “indica talvez quanto mais credibilidade os académicos depositam no desenvolvimento do que nas liberdades democráticas.”

PALOP

Quanto aos PALOP, Cabo Verde regista-se em quarto lugar na lista de 48 países, seguido, em décimo, por São Tomé e Príncipe.

Moçambique encontra-se em 23º, Angola em 42º e a Guiné-Bissau é o quinto país a contar dos últimos da lista, em 44º lugar.

Dos gigantes da África subsariana, a África do Sul, demonstrou, algo previsivelmente, um bom desempenho de governação, em quinto lugar, mas a Nigéria, em 37º, poderá, tal como Angola, ficar surpreendida de se encontrar abaixo do Zimbabué (31º lugar).

Dos principais países africanos a República Democrática do Congo é a penúltima da lista o que, mais uma vez, constitui uma surpresa visto que, desde os últimos cinco anos, o período em que a lista foi efectuada, o país começou a emergir dos seus longos anos de guerra.

BBC para África (www.bbc.co.uk/portugueseafrica)

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

A pobreza em Luanda é familiar

Ruas esburacadas, crianças brincando no lixo, caos no trânsito, desviar de poças de lama não é novidade. É como ver a pobreza nossa de cada dia, só que um pouco piorada. Prefiro enxergar para além da poeira e ver as mulheres desfilando seus panos, equilibrando bacias cheias de laranja ou olhar as trancinhas e missangas dos penteados.

Bola de fogo

O pôr- do- sol é sempre assim, lindo. Não importa se é na parte rica ou pobre da ciddae, o sol brilha para todos.

Foto: Sebastião Delagado














Construção de vala para escoamento de água de chuva. Bairro da Polícia, Luanda.
Fotos: Sebastião Delgado

terça-feira, 18 de setembro de 2007

O melhor peixe do mundo!!!!!

Parace que a noite de Luanda guarda muitos segredos, mas nada como amigos bem informados e apreciadores da boa cozinha para conhecer lugares e pratos inesquecíveis. Aqui vai uma dica valiosa. O restaurante fica na ilha de Luanda, mais precisamente na Chicala, atráz da churrascaria brasileira Chimarrão.

O lugar é simples, limpo, aconchegante e tem simplesmente o melhor peixe do mundo.
Eu tentando conquistar Jane, mimha vizinha aqui em Luanda!!!!!!!!!!!!
Foto: Sebastião Delgado

Luanda - Em construção


Luanda está em obras. De alargamento de avenidas, construção de novas estradas, drenagem de terrenos, canais de esgoto, edifícios empresariais e residenciais.

Os moradores destes novos empreendimentos imobiliários são estrangeiros ou fazem parte da nova classe média angolana, formada principalmente por jovens, muitos dos quais retornaram da Europa e dos Estados Unidos depois de receber educação acadêmica.

Por falta de profissionais qualificados Angola “importou” de outros países médicos, engenheiros, educadores, profissionais da comunicação e enfermeiros inclusive do Brasil.

Nos últimos anos a presença chinesa cresceu bastante sendo comum encontrar cidadãos chineses nas ruas, supermercados, dirigindo seus próprios negócios e nas obras. Muitas delas estão sendo construídas por empresas daquele país.

Angola pode ser considerada a base chinesa na África, pois é seu maior parceiro. Cada vez mais as empresas chinesas investem no continente, sobretudo na área de recursos minerais.

Assim os investimentos em Angola não se restringem à construção civil, mas sobretudo na exploração de petróleo. Angola é o segundo maior produtor da África, perdendo somente para a Nigéria.

Além de ter um solo rico em outros minerais como ferro, chumbo, manganês, mármore e granito. A china tenta diversificar seus fornecedores de petróleo evitando as regiões com grande instabilidade política, pois precisa manter seu padrão de crescimento.

Numa época que as guerras acontecem pelo controle do petróleo os produtores secundários ganham cada vez mais importância.

Por Sara Manera

Foto: Sebastião Delgado

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Angola - vista de perto

A primeira visão de Luanda , ainda do alto, é de uma cidade horizontal, marron, pontilhada com o verde de algumas árvores. A terra avermelhada e o tipo de árvores lembram não a úmida Salvador, mas o semi-árido.

Como cheguei pela manhã tive a oportunidade de conferir o famoso trânsito da cidade. As estradas poeirentas, abarrotadas de carros, muitos novos e de luxo, as pessoas nos pontos esperando a condução.

Estou hospedada em um bairro chamado Kinanga-Ingombota, não muito longe do aeroporto, na casa do jovem talentoso designer gráfico, Seba. Ele e sua ajudante de casa, Lemba, me receberam muito bem.

Hoje, tive o prazer de conhecer de perto, ou melhor de boca, o tradicional funji, de milho com molho de tomate e peixe assado.